Victoria

Victoria filme alemão de Sebastian Schipper, estrelado por Laia Costa, filme esse é a história de uma garota que tem uma valsa com o Mefisto, em um filme de conceitos que se perdem a favor da trama, em uma história onde o ritmo é posto de lado em prol da experiência, Victoria cumpre e falha com beleza suas ideias. Colocar quem está assistindo o filme na pele da personagem principal é um ato difícil e simples com esse tipo de filmagem, a falta de explicação e história por trás da personagem principal torna ela um coringa para quem ver o filme, fazendo com que ele ou ela possa preencher o passado e o presente daquela menina com o que nos convir, com o que mais faça que nós possamos nos identificar, tudo isso enquanto o futuro da mesma é contado.


A inocência genuína da garota ao confiar em quatro estranhos bêbados de Berlim e partir em aventuras na madrugada perturba o telespectador, pela tamanha veracidade do filme esperamos a todo instante o real, o mais real sempre, e o real para as pessoas é horrível, uma menina de vinte e poucos anos, sozinha na madrugada com quatro completos estranhos bêbados, você não poderia imaginar nada bom saindo disso, eu não poderia, e essa realidade assusta, e o filme incomoda com ela, mas não assusta, por que existe bondade em pessoas ruins, e maldade em pessoas boas. Em um gigantesco plano sequência, Victoria te faz acompanhar seu dia, uma gigantesca experiência emocional, o filme te coloca preso a um carrinho de montanha russa, te levando ao auge de sensações e pânico e te descendo lentamente a calmaria, a paixão e a beleza da mediocridade, a beleza da ingenuidade.


O piano é uma constante na vida de Victoria, não preciso ir a fundo no por que só quero ressaltar a todos que forem assistir ao filme a isso, A valsa com Mefisto é o roteiro, a motivação e a consequência. As notas de piano na trilha sonora mal somem ao longo do filme, e ainda assim mal você as percebe, tão naturais, como se fossem músicas que tocam na cabeça da menina que acompanhamos durante 2h sem cortes, e não duvido que sejam canções da cabeça dela, pois um filme destes é apenas a vida vista por uma câmera.
O maior pecado do filme é deixar de ser sobre Victoria ao longo dele, mas começar a ser sobre quem Victoria ira vir a se tornar. Não dando uma resolução, não levando a personagem de fato a algum lugar. Mas a deixando livre para ser quem você quiser.


Vá assistir esse filme pronto para emergir em uma experiência cinematográfica, não existe ritmo na vida, todos somos obrigados a ver segundo por segundo hora por hora, sem cortes, assim como aqui. Dê uma chance a todos os minutos e segundos desse filme então, eu acredito que irá valer a pena.






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